feito e desfeito
o monte de merda
que não se desfaz
visto e esquecido
o trauma antigo
não volta jamais
mal agradecido
o velhote inimigo
sem perdão nem paz
largo e comprido
o muro caído
não separa mais
tratado e decidido
o fim do silêncio
que um adeus traz
ilustre e despercebido
o branco elefante
e seu olhar sagaz
bem-feito e merecido
o castigo impelido
ao cego capataz
errado e descabido
o tempo dolorido
que resiste mordaz
escarrado e cuspido
o veneno corroído
que mata voraz
achado e perdido
o que foi sentido
e se foi fugaz
vão e indefinido
o certo e resolvido
que erra contumaz
contido e comedido
o soco desferido
ao que nada faz
amado e querido
o desejo nutrido
que se satisfaz
cansado e repetido
o falso inventivo
deste verso loquaz
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