segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Eu Declaro

feito e desfeito
o monte de merda
que não se desfaz

visto e esquecido
o trauma antigo
não volta jamais

mal agradecido
o velhote inimigo
sem perdão nem paz

largo e comprido
o muro caído
não separa mais

tratado e decidido
o fim do silêncio
que um adeus traz

ilustre e despercebido
o branco elefante
e seu olhar sagaz

bem-feito e merecido
o castigo impelido
ao cego capataz

errado e descabido
o tempo dolorido
que resiste mordaz

escarrado e cuspido
o veneno corroído
que mata voraz

achado e perdido
o que foi sentido
e se foi fugaz

vão e indefinido
o certo e resolvido
que erra contumaz

contido e comedido
o soco desferido
ao que nada faz

amado e querido
o desejo nutrido
que se satisfaz

cansado e repetido
o falso inventivo
deste verso loquaz

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